O que deve ser analisado na hora de montar uma estratégia para trabalho remoto

Por Carlos Correa & Guto Lopes |


A crise do Novo Coronavírus, forçou muitas empresas a adotar alguma forma de trabalho remoto, com funcionários trabalhando de casa (home office). Algumas com baixo impacto nos serviços prestados, outras com altíssimo impacto.

Atividades administrativas tradicionais, as chamadas atividades de back office, que são necessárias para todas as empresas, como: contas a pagar, contas a receber e contabilidade em geral estão sendo executadas de forma razoável através do trabalho remoto. As dúvidas ainda ficam por conta da qualidade do trabalho entregue e da produtividade. Precisaremos de um pouco mais de tempo para ter essa aferição, mas a tendência é que poderão continuar a ser feitas remotamente. Mesmo depois da crise.

Outras atividades como as centrais de atendimento (call center), p.ex., que demandam de tráfego de informações podem ser prejudicadas pela falta de infraestrutura nas casas das pessoas. Sem uma revisão nessa infraestrutura, esse tipo de atividade pode trazer grandes impactos se realizado remotamente.
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Pontos importantes para analisar

Encarando esse momento como uma oportunidade, o gestor pode repensar sua empresa e definir uma estrutura menos custosa, partindo da premissa que parte da equipe poderá passar a trabalhar de casa, reduzindo seus custos internos de infraestrutura e consumo de energia. Para isso, entretanto, alguns pontos precisam ser analisados.

Uma forma de iniciar essa análise, seria criar uma segmentação para os diferentes tipos de atividades realizadas pela empresa, pontuando (de 0 a 10, por exemplo) quais podem ser feitas de casa. A manutenção de uma peça industrial estaria mais próxima de 0 e deveria continuar a ser realizada na empresa. Já as atividades de contas a pagar e contas a receber, estariam próximas a 10 e poderiam ser classificadas como atividades para realização remota.

Além disso, é necessário entender o fluxo de trabalho da sua empresa. Entender como uma área demanda a outra e garantir que os fluxos estejam ajustados para a nova realidade, com parte do trabalho sendo realizado remotamente. É preciso saber como garantir a confidencialidade de informações e como planilhas de preço e custos de produtos, por exemplo, poderão trafegar fora da empresa.

Apesar da oportunidade de redução de custos internos atrair a atenção dos empresários, entendemos que cada empresa deverá ter seu próprio equilíbrio entre os profissionais que deverão continuar trabalhando na empresa e os que podem trabalhar de casa. Conhecer as tecnologias que viabilizam essa mudança, entender os impactos na produtividade e a necessidade de novos investimentos em ferramentas de comunicação e em infraestrutura remota, entre outros, serão fundamentais para se ter sucesso nessa mudança.